GALERIA DOS PRESIDENTES

Diva Maria de Oliveira Gesualdi
2018-2026

Contadora, Administradora e Filósofa, Especialista em Gestão Financeira e em Contabilidade Empresarial, Vice-Presidente de Pesquisa e Desenvolvimento Profissional do CRC/RJ (2007 a 2009), Membro da Academia Brasileira de Ciências Contábeis, Diretora de Operações da Fundação Brasileira de Contabilidade (2006 a 2009), Diretora do Sindicato dos Contabilistas do Município do Rio de Janeiro (2006 a 2009), Docente da Graduação em Ciências Contábeis das seguintes Instituições: Univercidade e Moraes Junior Mackenzie, Docente do MBA de Perícia Contábil na Universidade Cândido Mendes.  Presidente do SINDICONT-Rio no período de 2018/2022 e reeleita para o Mandato de 2022/2026.

LYGIA MARIA VIEIRA SAMPAIO
2014- 2018

Natural da cidade de Paraíba do Sul, no Estado do Rio de Janeiro, Lygia Sampaio tem graduação em Ciências Contábeis, Economia e Direito, além de formação básica em curso Técnico de Contabilidade. Sua carreira tem sido marcada pelo exercício de postos de destaque em diversas organizações de classe. No Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro (CRC-RJ), desde 1999, tem ocupado postos nas câmeras e comissões, como conselheira, estando reeleita para o mandato 2016-2019. Também foi eleita vice-presidente nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), com mandato para o período de 2016-2020.

 No SINDICONT-Rio, desde 1990, vem participando de vários cargos nas várias diretorias que se sucederam, tendo tomado posse como presidente em 2014 para o exercício de um mandato até o ano de 2018. Sua gestão tem sido pautada no desenvolvimento de ações que visam fortalecer a categoria contábil, buscando a valorização e o reconhecimento do profissional da contabilidade. Com este objetivo seu trabalho tem mirado o futuro da profissão, acompanhando especialmente o aspecto tecnológico e as mudanças no âmbito do relacionamento profissional, de forma a reposicionar o profissional de contabilidade diante do mercado de trabalho e de toda a sociedade.

 Dando continuidade a oito anos de presença feminina à frente da gestão do SINDICONT-Rio, o trabalho que vem sendo feito por Lygia, nesses seus primeiros dois anos de mandato, vem corroborando o papel sindical na luta em prol dos direitos profissionais da categoria, não obstante alguns percalços tivessem que ser ultrapassados, como foi o caso do incêndio ocorrido no final do ano de 2014. Nesse sinistro, cujas chamas de um incêndio no prédio vizinho danificaram toda a lateral esquerda e parte da fachada frontal do Edifício Moraes Junior, inclusive móveis e equipamentos, a atuação ativa de Lygia, juntamente com seus diretores, foi fundamental para superação de todas as dificuldades e não prejudicar as atividades normais do Sindicato. Destaca-se, também, que a presidente Lygia Sampaio recebeu, na celebração dos 98 anos do SINDICONT-Rio, a Medalha Tiradentes, a mais importante honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à causa pública fluminense.

Ao longo de sua trajetória profissional, Lygia exerceu ainda outras atividades citando-se: técnica pericial contábil no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ); suplente de juiz classista do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região; e auditora do Tribunal de Justiça Desportiva e membro do conselho fiscal da Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro. É, ainda, membro titular da Academia Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais (ANE), desde 23/10/2015.

Damaris Amaral
2010 - 2014

A profissão contábil escolhida foi uma paixão, porém logo observou que não bastava tão somente o desejo de exercê-la com dignidade e eficiência, pois sentia o desejo de ir mais além, lutando por uma valorização e respeito de tão digno exercício.

 

Com este objetivo começou a se envolver em entidades de classe e logo passou a exercer cargos de liderança nelas, iniciando, assim, sua trajetória como líder de classe. Ao longo de sua carreira, Damaris tem atuado em várias frentes na sua dedicação à Contabilidade. Na iniciativa privada, tem se ocupado como sócia principal da gestão da empresa Proativa Contabilidade Ltda., onde atende a vários segmentos empresariais, especialmente as empresas que atuam no terceiro setor. Nas entidades de classe, foi eleita presidente da União dos Profissionais e Escritórios de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro (UNIPEC), para a gestão no biênio 1999/2000, onde implantou uma série de reformas, principalmente do estatuto, iniciando uma época dinâmica e produtiva daquela entidade. Retornou para um novo mandato como presidente no exercício 2015, com o propósito de dar uma melhor divulgação desta importante associação para todo profissional contábil. Damaris é, ainda, membro Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRC-RJ), atuando como conselheira na Câmara de Fiscalização, Desenvolvimento Profissional e outros setores desde 02/01/1994.  

 

No SINDICONT-Rio, foi presidente, empossada para exercício do mandato no quadriênio 2010-2014. A condução de sua gestão pautou-se na busca da valorização do profissional contábil, tão necessária frente às novas demandas advindas da convergência brasileira às Normas Internacionais de Contabilidade e dos avanços na área da tecnologia da informação. Para isso, implantou uma gestão dirigida para dar o necessário apoio e capacitação profissional, visando o desenvolvimento e a reciclagem profissional da classe contábil, em face de várias alterações simultâneas na atividade contábil, em especial a adaptação da contabilidade brasileira aos novos pronunciamentos contábeis (CPC) e a escrituração contábil digital (ECD), instituída para fins fiscais e previdenciários pelas pessoas jurídicas a ela obrigadas por causa do sistema público de escrituração digital (SPED).

 

Por outro lado, deu seguimento, em seu mandato, aos projetos iniciados na administração anterior, incrementando e dando continuidade ao “projeto da caminhada dos contabilistas”, implantado pela sua antecessora, tornando-a um evento oficial junto aos órgãos públicos, com aumento considerável no número de adeptos e participantes. Também não abandonou o trabalho de reforma da sede do Sindicato, um edifício com mais de 60 anos de uso, providenciando a modernização dos elevadores, a climatização do auditório, a reforma de estrutura no 9º andar, a reestruturação da portaria e da entrada do prédio, dando uma nova aparência e divulgação da entidade.

 

No entanto, sua maior conquista foi levantar a “bandeira” da luta contra as multas abusivas, numa tentativa de preservar não só o trabalho dos profissionais contábeis, como também a defesa do pequeno empresário no exercício das suas atividades. Nessa empreitada, Damaris liderou um movimento de descontentamento com a Lei nº 9.779/99, que penalizava por falta de entrega de obrigações acessórias (inúmeras), gerando multas monstruosas e inconstitucionais, principalmente para as pequenas empresas. Com apoio e adesão de escritórios de advocacia e das entidades contábeis e sociedade empresarias, além da ajuda do senador Francisco Dornelles, foi criado o Projeto de Lei nº 3.244/2012, que posteriormente virou a Medida Provisória nº 575 e, finalmente, se transformou na Lei nº 15.766/12, concretizando, assim, a vitória do processo iniciado pela presidente do SINDICONT-Rio. Assinala-se que este movimento realizado pelo Sindicato com apoio de todas as entidades coirmãs do Estado do Rio de Janeiro veio a beneficiar a toda a categoria contábil no Brasil. 

Vitória Maria da Silva
2006 - 2010

Natural do Piauí mudou-se para o Rio de Janeiro, em busca de oportunidades de crescimento pessoal e profissional, consciente de que no seu estado natal teria menores condições de emprego e estudo. Assinala-se, todavia, que essas oportunidades não surgiram de modo fácil, tendo sido frutos de muitas lutas, muito estudo e bastante esforço próprio, principalmente pelo fato de ser mulher e nordestina. Mesmo assim, construiu sua trajetória, formando-se em Serviço Social na Universidade do Rio de Janeiro (atual Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO) e, posteriormente, se graduou em Ciências Contábeis pela Sociedade Universitária Augusto Motta (SUAM), profissão que escolheu como atividade principal. Tem, ainda, pós-graduação e especialização em Contabilidade e Gestão Empresarial e é diplomada em Estudos de Política e Estratégia, pela Escola Superior de Guerra (ADESG/RJ). Como contadora, conta com uma experiência de 38 anos de atuação em empresas privadas e participa na representação da sociedade civil organizada em entidades de direito privado.

 

Ingressando no SINDICONT-Rio, em 31 de outubro de 1979, construiu sua participação em prol dos contabilistas, com uma jornada de comprometimento marcante na vida classista, ocupando com grande entusiasmo e dedicação vários cargos (suplente da diretoria, diretora social e 2ª secretária) até tornar-se a primeira mulher contadora eleita para presidir o Sindicato nos seus 93 anos de existência; quebrando, assim, uma longuíssima tradição de liderança masculina à frente dessa Entidade.

 

O êxito de Vitória possibilitou a entrada de uma mulher na gestão do Sindicato, tendo exercido seu mandato no período compreendido entre os anos 2006 e 2010. A principal preocupação de sua gestão foi trabalhar a imagem do SINDICONT-Rio visando readquirir as condições de prestígio e liderança que sempre caracterizaram a histórica trajetória desta Agremiação. Durante seu mandato como presidente, dedicou-se ao trabalho de questões internas, como a melhoria das condições de trabalho dos funcionários e a reforma das instalações desgastadas pelo tempo. Além disso, desencadeou iniciativas buscando dar visibilidade ao Sindicato, tanto em termos políticos, no seu papel de agente sindical, como pela luta constante travada para a valorização da profissão contábil, com o apoio de entidades contábeis coirmãs. Um dos pontos principais de sua gestão, no entanto, foi a instituição da “Caminhada dos Contabilistas”, única atividade esportiva que integra a classe contábil do Rio de Janeiro. Reunindo amigos e familiares dos profissionais contabilistas no Aterro do Flamengo, esse grande evento esportivo já vai para a sua 8ª edição desde então.

 

Vitória, também, foi a 1ª mulher a ocupar presidência da câmara do CRC-RJ, no período 1998-2003, tendo, ainda, sido conselheira efetiva deste Conselho, sendo sua presidente desde o ano de 2014, estando agora cumprindo seu segundo mandato que vai até 2017. Em sua vida profissional constam inúmeras condecorações e homenagens, citando-se: membro da ACCERJ – Academia de Ciências Contábeis do Estado do Rio de Janeiro e da Academia Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais – ANE; membro honorário da Academia Norte-Rio Grandense de Ciências Contábeis; tendo recebido a medalha de honra ao mérito Contador Pedro Tobias Duarte, maior honraria contábil do Estado do Piauí, e medalha de mérito Pedro Ernesto e medalha Tiradentes, concedidas pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro e Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, respectivamente. Foi eleita personalidade do ano de 2015 pela Federação dos Contabilistas do Estado de São Paulo e recebeu os troféus e diversas moções de aplausos de entidades representativas da classe contábil, além de ter se envolvido em eventos nacionais e internacionais, como participante, palestrante ou coordenador.

Onofre de Barros
1990 - 2006

Nascido a 20/9/1930, em de Barra do Piraí/RJ, era contador e administrador. Além de fiscal de contribuição previdenciária do INSS, onde atuou exercendo os cargos de auditor fiscal, Onofre de Barros foi chefe do núcleo regional de treinamento externo do IAPAS e, também, juiz classista da Justiça do Trabalho da 1ª Região. Foi, ainda, sócio efetivo especial fundador da Associação dos Peritos Judiciais do Rio de Janeiro, presidente e vice-presidente do Conselho de Técnicos de Administração da 7ª Região, e presidente da CONTABRÁS NACIONAL – Associação dos Contadores do Brasil. Falecido aos 75 anos de idade, em 30 de junho de 2006, tinha personalidade simpática, era carismático, brincalhão e espirituoso, e sempre defendia seus princípios e convicções com firmeza, dignidade e toda calma que lhe era peculiar. Presidente do SINDICONT-Rio por vários mandados sucessivos, ao longo de 16 anos, permanência superada apenas por Moraes Junior, que comandou o Sindicato por 23 anos seguidos, Onofre de Barros fez um excelente trabalho de integração do Sindicato, com uma administração sempre buscando a união entre todos os segmentos representativos da entidade.

Augusto César das Chagas Pires
1981 - 1990

Nascido no Rio de Janeiro, a 11 de setembro de 1927, formou-se em técnico em contabilidade pela Escola Técnica de Comércio Bethencourt da Silva (Liceu de Artes e Ofícios) e graduou-se contador pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas da Academia de Comércio do Rio de Janeiro e Técnico de Administração pela Faculdade de Ciências Contábeis e Administração Moraes Junior, sendo possuidor, ainda, de vários cursos de especialização nas áreas de auditoria e contabilidade empresarial.

 

Começou sua vida profissional trabalhando em funções administrativas (auxiliar de escritório, encarregado de departamento e chefe de escritório), quando mediante concurso público ingressou no quadro de contadores do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), tendo em seguida sido admitido como auditor contábil do Serviço Social da Indústria (SESI).  Em 1974 foi aprovado em concurso público para contador da Petrobras Distribuidora S.A. (BR Distribuidora), exercendo funções executivas como auditor interno, controlador adjunto e chefe de auditoria. Aposentando-se da Petrobrás, trabalhou como autônomo em serviços de auditoria externa e, ainda, como auditor contábil em empresa privada.

 

Paralelamente, exerceu outras atividades em entidades classistas. Sua atuação como dirigente associativo sempre estive ligada ao campo contábil, tendo sido vice-presidente e membro do conselho consultivo do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRC-RJ); Presidente da Associação dos Contadores do Brasil (CONTABRÁS NACIONAL); vice-presidente da Federação dos Contabilistas dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia; Juiz classista suplente (por dois mandatos) e efetivo da 40ª JCJ da 1ª Região.

 

No SINDICONT-Rio foi secretário geral, vice-presidente e, ainda, presidente por três triênios no período 1981-1990. Dentre suas realizações à frente dessa entidade citam-se a atualização dos benefícios concedidos pelo Sindicato; reforma geral nas dependências, com uma melhor distribuição dos espaços; melhoria do sistema de informática e comunicação; preocupação com os direitos profissionais e o aprimoramento técnico dos associados, através de iniciativas próprias e convênios com outras entidades; retomada da publicação periódica do Mensário, que passou a ser produzido em impressora própria adquirida para esse fim.

Zeuxis Soares Pessoa
1975 - 1981

Contador, seus trabalhos se projetaram na
Administração Pública Estadual e em organizações
privadas. Ocupou os cargos de diretor da
Superintendência dos Serviços Médicos do Estado da Guanabara (SUSEME) e de Diretor Geral da Receita da Secretária de Finanças. Além de professor, foi diretor da Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas (mantida pelo Sindicato). Ocupou vários cargos no SINDICONT-Rio (1ºsecretário, 2º secretário, promotor e membro de comissões) até tornar-se presidente, para o mandato no biênio 1959/1960, tendo, ainda, exercido o cargo de vice-presidente, posteriormente. Por sua profunda dedicação à classe contábil, recebeu o merecido título de sócio benemérito do Sindicato.

 

A característica principal de sua gestão foi o deliberado propósito de sanear e consolidar a situação econômico[1]financeira do Sindicato. Imbuído desse intuito, fez uma administração restrita ao controle das situações econômicas e financeiras, sem nenhuma iniciativa de maior vulto, sem, contudo, prejudicar nenhum dos serviços prestados conforme os estatutos e tampouco deixar de realizar as atividades necessárias à defesa dos interesses da classe contábil. Embora tenha lutado pelos direitos dos contabilistas, em particular a reivindicação de fixação de salário mínimo profissional e a crítica pela publicação da Lei nº 2, de 5 de maio de 1960 (proibia os profissionais de contabilidade de exercerem atividades junto a quaisquer repartições públicas e concedia este privilégio, excepcionalmente, aos despachantes e advogados), por causa das dificuldades financeiras não conseguiu organizar e realizar o VII Congresso Brasileiro de Contabilidade, conforme seria sua responsabilidade.

Píndaro José Alves Machado Sobrinho
1963 - 1975

Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, Píndaro José Alves Machado Sobrinho foi um notável contador, expressivo líder profissional e distinto educador, com relevantes serviços prestados em prol da classe dos contabilistas nas áreas sindical e educacional. No Sindicato, era presença sempre marcante nos momentos decisivos vividos pela entidade na caminhada pós-falecimento de Moraes Junior. Dedicado particularmente ao serviço da causa do grande líder da classe contábil, que almejava, porém não teve êxito, articular sequencialmente a formação contábil entre os cursos de nível médio (técnico) e o de grau superior (bacharelato), não mediu esforços nos seus anos de gestão para concretizar essa obra visionária do grande mestre. Embora nos estatutos do Sindicato já estivesse prevista a criação de uma faculdade no campo das ciências contábeis e atuariais, tratava-se de uma medida que ainda continuava no papel. Por isso, imbuído de igual convicção, Píndaro, em 25 de abril 1964, como parte da comemoração do Dia do Contabilista, inaugurou e instalou oficialmente a Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas do IBC.

 

Píndaro esteve à frente do Sindicato por cerca de doze anos ininterruptos, investido ao honroso cargo de presidente através de quatro mandatos sucessivos. No entanto, anteriormente, de 10 de dezembro de 1956 até 29 de março de 1957, assumiu como interventor para impedir o estado de descalabro pelo qual passava a entidade na administração Adamastor Vergueiro da Cruz. Assim, além do período de intervenção como presidente da Junta de Governo, Píndaro exerceu a presidência do Sindicato por três mandatos nos biênios 1963/65, 1965/67, 1967/69, e dois nos triênios 1969/72 e 1972/75, perfazendo um longo período como principal mandatário da entidade.

 

Por tratar-se de um homem definitivamente identificado com os elevados ideais de Moraes Júnior, quando à frente do Sindicato, Píndaro exercitou um programa de trabalho baseado no binômio “expansão” e “equidade” (MBC n. 612/614, 1968, p. 15), sempre realçado no sentido de arquitetar plenamente a “Casa do Contabilista”, promovendo a ampliação das áreas de assistência cultural e médico-odontológica, as quais constituíram, sem dúvida alguma, pontos altos de sua administração, além da política administrativa de manutenção e extensão de serviços sociais oferecidos aos associados pelas gestões anteriores (MBC n. 654/656, 1971, p. 1).

 

Em seu primeiro ano de administração, inaugurou, no dia 20 de Setembro de 1963, aniversário do Sindicato, o serviço de consultório médico, equipado então com modernos aparelhos de fisioterapia. Além disso, fez coincidir a celebração das festividades do “Dia do Contabilista” com a comemoração do aniversário de fundação da Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas Moraes Junior. De dois em dois anos, havia também o ato de posse da diretoria eleita, emprestando, assim, grande significância a esta data tão importante para a classe contábil fluminense.

 

Após muitos anos divorciados das atividades administrativas dos Conselhos Federal e Regional de Contabilidade, em sua gestão foi realizado o registro do Sindicato nesses órgãos de classe (concessão através da Resolução CFC nº 57/63, de 13 / 12 / 1963), significando o restabelecimento das relações com aquelas entidades.

 

Com uma gestão focada na expansão e no equilíbrio do Sindicato, promoveu homenagens a líderes e ex-presidentes da entidade, como foi o caso dos associados Ubaldo Lobo e Lafayette Belfort Garcia e dos ex-presidentes Manoel Lopes Rodrigues, Zeuxis Soares Pessoa, Ovídio Paulo de Menezes Gil, Mário Lorenzo Fernandez e Waldemiro da Fonseca e Silva.

 

Além disso, seu período de gestão visou, principalmente, projetar o Sindicato nos meios oficiais e preencher lacuna no campo da formação contábil, com uma entidade privada específica para esse fim. Nesse intuito, inaugurou e instalou, em 1964, a Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas do IBC, tendo passado depois, em lugar de IBC, a ostentar o nome Moraes Júnior, em homenagem aos feitos desse ex-presidente em prol da categoria contábil.

 

A sua longa e larga experiência de administrador, permitiram-lhe receber um conjunto de títulos e honrarias, sendo condecorado com várias distinções de grandeza, representas por inúmeras láureas de reconhecimento de seu mérito por parte de órgãos e entidades no país e no exterior. No universo do ensino superior, campo que mais lhe contagiava o espírito e monitorava suas ações nas suas múltiplas atividades profissionais, foi reconhecido “educador emérito” pelo Presidente da República, em 1993, ao ser admitido no quadro efetivo da Ordem do Mérito Educativo no grau de Comendador, tendo sido agraciado pelo então Ministro da Educação com a láurea de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Educativo.

 

Sua trajetória profissional mostra o exercício de vários cargos em entidades púbicas e privadas. Na regional do Serviço Social da Indústria (SESI), no então Estado da Guanabara, ocupou várias funções: diretor de Contabilidade, diretor da Divisão Econômica e Financeira, consultor técnico do Conselho Regional, presidente do Conselho Nacional. Foi, ainda, ex-funcionário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, auditor da Confederação Nacional da Indústria – CNI e presidente do Instituto Nacional de Auditores Contábeis Internos. Também foi presidente da Fundação Educacional Machado Sobrinho, de Juiz de Fora/MG e diretor presidente da Organização Machado Sobrinho, além de diretor da Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas Moraes Junior (mantida pelo Sindicato). Também foi presidente da Confederação Nacional das Profissões Liberais e, ainda, em 1976, presidente de honra da Confederação Latino Americana de Profissionais Universitários – CLAPU, em homenagem e reconhecimento público por seu trabalho de consolidação e prestígio dessa entidade em toda a América Latina.

Waldomiro da Fonseca e Silva
1961 - 1963

Além de membro da diretoria do SINDICONT-Rio em várias gestões, foi seu presidente no biênio de 1961 a 1963, deixando sua administração marcada, sobretudo, pela luta na preservação das tradições da entidade. Apesar de vivenciar um período turbulento da história do país, conduziu o Sindicato com total zelo e prudência, conseguindo superar graves dificuldades financeiras da entidade, num cenário inflacionário crescente, procurando sempre enfrentar os problemas propostos para exame dando soluções compatíveis com o direito e a justiça. Foi ainda condecorado com o diploma de sócio benemérito do Sindicato, na gestão Píndaro Machado Sobrinho, no ano de 1968.

Contador e administrador de alto nível técnico e cultural, Waldemiro exerceu cargos de grande responsabilidade profissional na área privada, citando-se os de auditor geral e, posteriormente, diretor da Sul América – Cia Nacional de Seguros de Vida e diretor-superintendente das, hoje extintas, SULAMEC S/A – Serviços Mecanizados e SULACAP – Sul América Capitalização S/A (companhias pertencentes ao grupo Sul América Seguros). Foi, ainda, vice-presidente da Confederação Nacional das Profissões Liberais e membro efetivo do conselho fiscal do Banco Lar Brasileiro S/A.

Em sua gestão foi patrocinado o 7º Congresso Brasileiro de Contabilidade, na cidade de Petrópolis/RJ, evento que já vinha sendo postergado, por várias vezes, devido a motivos imperiosos. Exerceu a liderança na chefia das delegações presentes 7º Congresso Brasileiro de Contabilidade e à 5ª Convenção Nacional dos Contabilistas. Atuou, também, como membro efetivo do Conselho Regional de Contabilidade do Estado da Guanabara e titular da comissão organizadora do I Congresso Brasileiro de Profissionais Liberais.

Zeuxis Soares Pessoa
1959 -1961

Contador, seus trabalhos se projetaram na Administração Pública Estadual e em organizações privadas. Ocupou os cargos de diretor da Superintendência dos Serviços Médicos do Estado da Guanabara (SUSEME) e de Diretor Geral da Receita da Secretária de Finanças. Além de professor, foi diretor da Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas (mantida pelo Sindicato). Ocupou vários cargos no SINDICONT-Rio (1º secretário, 2º secretário, promotor e membro de comissões) até tornar-se presidente, para o mandato no biênio 1959/1960, tendo, ainda, exercido o cargo de vice-presidente, posteriormente. Por sua profunda dedicação à classe contábil, recebeu o merecido título de sócio benemérito do Sindicato.

 

A característica principal de sua gestão foi o deliberado propósito de sanear e consolidar a situação econômico-financeira do Sindicato. Imbuído desse intuito, fez uma administração restrita ao controle das situações econômicas e financeiras, sem nenhuma iniciativa de maior vulto, sem, contudo, prejudicar nenhum dos serviços prestados conforme os estatutos e tampouco deixar de realizar as atividades necessárias à defesa dos interesses da classe contábil. Embora tenha lutado pelos direitos dos contabilistas, em particular a reivindicação de fixação de salário mínimo profissional e a crítica pela publicação da Lei nº 2, de 5 de maio de 1960 (proibia os profissionais de contabilidade de exercerem atividades junto a quaisquer repartições públicas e concedia este privilégio, excepcionalmente, aos despachantes e advogados), por causa das dificuldades financeiras não conseguiu organizar e realizar o VII Congresso Brasileiro de Contabilidade, conforme seria sua responsabilidade.

Manoel Lopes Rodrigues
1956 - 1959

Era perito contador e tomou posse em 1957, com a missão de reestabelecer a normalidade institucional da entidade. Com uma diretoria coordenável e competente, Manoel Lopes conseguiu, ao fim de seu mandato em 1958, recolocar novamente o Sindicato na senda da prosperidade. Todavia, em seu mandato, ocorreu um momento de desunião da classe dos contabilistas, quando o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) permitiu, através da Resolução 28, de 07/05/1957, a representação também de associações civis com personalidade jurídica por ocasião da renovação do terço de representantes  no referido Conselho e nos Conselhos Regionais. 

 

O Sindicato, juntamente com outros coirmãos similares, foi contrário a essa determinação do CFC, pois a participação de delegados vinculados a Associações onde já existiam Sindicatos de classe reconhecidos e que não possuíam a devida representatividade, distorcia a representação da classe nos Conselhos. Esta divergência envolveu inclusive a interposição de mandato de segurança contra duas Associações Civis que ilegalmente tomaram parte na assembleia eleitoral para renovação do terço dos membros do CRC. Uma delas era a Associação Profissional dos Contabilistas do Distrito Federal, cuja sede era desconhecida e contava com apenas oito associados. A outra entidade era a Associação das Empresas Contábeis, vinculada aos proprietários de escritório e que, segundo pesquisas, não possuía mais de uma centena de associados. Fundadas muito depois da criação do SINDICONT-Rio, essas Associações tiveram o direito de eleger cada uma a mesma quantidade de delegados (três delegados) que o Sindicato, que representava, na ocasião, cerca de 4.000 associados.

 

A intenção por trás desta regulação era a de conservar os, então, dirigentes dos Conselhos nos postos de direção daquelas entidades. Contudo, os esforços na ocasião foram em vão, pois a Justiça sentenciou que se tratava de uma questão interna corporis, que não pode sofrer interferências nem do Executivo, nem do Judiciário, dizendo respeito apenas ao colegiado do CFC, já que somente aquela instância seria competente para baixar resoluções que regulassem a própria organização interna daquela entidade. Rompidas as relações, os entendimentos entre o SINDICONT-Rio e os Conselhos só restabeleceram alguns anos depois, em 1963, na gestão de Píndaro J. A. Machado, quando o relacionamento foi formalmente retomado com o registro do Sindicato naquelas entidades.

Adamastor Vergueiro da Cruz
1955 - 1956

Foi eleito para administrar a entidade no biênio 1955/56. Apesar de ser um contador de grandes méritos, não conseguiu concretizar sua gestão, em face de dificuldades na coordenação do conjunto de diretores que deveria liderar. Por esse motivo, acabou renunciando ao cargo ainda no primeiro ano do mandato. Seu vice-presidente tomou posse, porém, também não conseguiu a necessária harmonização, motivo pelo qual igualmente renunciou. O restante dos diretores que tomou posse também não conseguiu administrar devidamente a entidade.

 

Os efeitos dessa condução inadequada da entidade logo vieram à tona, provocando uma decadência financeira que levou ao não pagamento de credores hipotecários, que ameaçaram com a execução por falta de pagamento de prestações vencidas. As despesas executadas ultrapassaram as previstas no orçamento em Cr$ 211.212,30 (cerca de 52,3%). Ante essa dolorosa situação, foi procedida intervenção legal no Sindicato, sendo nomeada uma Junta de Governo, sob a presidência do afiliado Píndaro José Alves Machado Sobrinho, que atuou de 10 de dezembro de 1956 até 29 de março de 1957, ocasião em que os interventores conseguiram sanar as mazelas provocadas pela desastrada administração anterior e promover a realização de um processo eleitoral para escolha de uma nova diretoria para a gestão no biênio 1957/1958.

 

Entre os principais feitos atribuídos a essa Junta de Governo, cita-se a: i) liquidação de dívidas em atraso, inclusive pagamento de prestações vencidas do empréstimo hipotecário – herança da diretoria anterior – para sustação da Ação Executiva em Processamento no IAPC, o que salvou o Edifício Sede do Sindicato de ser executado hipotecariamente; ii) eleição e posse da diretoria, presidida por Manoel Lopes Rodrigues, reconduzindo-se o Sindicato ao regime de normalidade e dignidade administrativas.

Mário Lorenzo Fernandez
1952 - 1954

Foi um renomado contador e auditor, tendo iniciado a carreira como chefe de seção no Serviço Público do Estado da Guanabara, ascendendo a contador e, mais tarde, a diretor geral do Montepio do Instituto de Previdência do Estado da Guanabara (IPEG). Foi, ainda, Secretário-Geral de Finanças do Estado do Rio de Janeiro, além de ter sido Secretário de Fazenda do Estado da Guanabara. Na iniciativa privada, exerceu funções de contador geral da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e de superintendente do Departamento Regional do SESI no Estado da Guanabara e de vice-presidente da Diretoria do Novo Rio – Crédito, Financiamento e Investimentos S/A.

 

No Sindicato, foi 1º Secretário em mandatos sucessivos de 1941 a 1949, nas gestões presididas por Moraes Junior, a quem substituiu na presidência por força estatutária, em razão do seu falecimento em 1950. Como presidente, exerceu dois mandatos, o primeiro para conclusão do biênio 1950/51, para o qual fora eleito presidente Moraes Junior e falecera, e numa segunda oportunidade no biênio 1953/54. Sua gestão foi marcada pelo espírito de probidade e dinamismo, que ele se inspirava a partir do exemplo e da obra de seu saudoso líder Moraes Junior, de quem fora fiel discípulo e seguidor.

 

Na predestinada missão de verdadeiro oráculo da classe contábil, Lorenzo Fernandez era dotado de grande cultura geral, tendo uma vida totalmente dedicada à profissão de contador, à classe contábil e ao ideal de bem servi-las. Por reconhecimento aos relevantes serviços prestados à entidade e à classe de profissionais da área contábil foi condecorado, por decisão unânime, com o título de sócio benemérito em solenidade realizada na celebração do Dia do Contabilista, em 25 de abril de 1968.

 

Todos os movimentos da classe voltados para o desenvolvimento dos contabilistas contaram com o concurso de sua gestão, tendo sido estimulados ou inspirados por sua presença atuante nos eventos contábeis, valorizando os debates com o brilho de sua inteligência e cultura e o descortino resultante da sua experiência e bom senso, o que conferiu as presidências do V Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em Belo Horizonte, e da Comissão Organizadora do I Congresso Interamericano de Ensino Superior de Contabilidade, que teve lugar na cidade do Rio de Janeiro, além de fazê-lo secretário geral da III Conferência Interamericana de Contabilidade, ocorrida em São Paulo.

Ovídio Paulo de Menezes Gil
1951 - 1952

A opção pela Contabilidade não foi um acidente na vida de Ovídio, mas sim uma opção consciente. Primeiro foi atraído por incentivo de colegas para o campo da Medicina, abandonando o curso, no entanto, no primeiro ano para prestar novo vestibular para a área de Direito. Aprovado para a Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1927. Passados dois anos de sua formatura em Direito, ingressou na primeira turma formada pela Escola Técnico-Comercial do IBC, já oficializada, para fazer o curso de perito contador, diplomando-se em 1932, após aprovação com distinção e ser distinguido como o melhor aluno da turma. Por conta disso, foi-lhe conferido o “Prêmio Carlos de Carvalho” por ter sido, juntamente com o primeiro lugar, o melhor aluno da cátedra de Contabilidade (MBC n. 612/614, 1968, p.11).

 

Associando-se ao Sindicato, tornou-se professor da Escola Técnica-Comercial e, posteriormente, catedrático da Faculdade, além de ter se elegido presidente do IBC para o mandato de 1951 a 1952. Sua gestão foi tão dedicada à entidade e à classe contábil, que sua sede de perfeição o fez ser distinguido, justamente, com o título de sócio benemérito, em solenidade realizada na celebração do Dia do Contabilista, em 25 de abril de 1968.

 

Foi contador geral da República, onde procedeu a uma eficiente reforma com a introdução de novas técnicas de trabalho, oficializou o Boletim da Contadoria Geral da República e fez a corajosa extinção do período de expectativa ou adicional do exercício, prática que remanescia como relíquia sagrada, pelo grande respeito ao seu consagrado autor, e já estava superada pela eficiência tecnológica dos processos de grafia e cálculos contábeis. Foi, ainda, diretor geral da Fazenda Nacional (atual Receita Federal), chefe de gabinete do Ministro da Fazenda e secretário geral do Sindicato Nacional do Cimento. Também foi condecorado com a “Medalha da Campanha do Atlântico Sul”, conforme Decreto de 6 de novembro de 1950, do Presidente da República, por sua dedicação nos serviços prestados ao Ministério da Aeronáutica durante a II Guerra Mundial.

 

Exerceu a presidência da Delegação Brasileira presente na I Conferência Interamericana de Contabilidade, realizada no ano de 1949 em Porto Rico, e a vice-presidência da II Conferência, no México, da III em São Paulo e da IV no Chile, onde foi agraciado com o título de “Veterano às Conferências Interamericanas de Contabilidade”. Era membro correspondente da Societé de Comptabilitè de France, desde 1954. Também fez parte, juntamente com os maiores nomes da classe contábil no Brasil, a primeira plenária do recém-criado Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que se tornou um corpo de doutrinadores contábeis no país. Lá, sob a presidência de Paulo Lyra, ombrearam-se homens da estirpe de um Moraes Junior, Manoel Marques de Oliveira, Ubaldo Lobo, Mário Lorenzo Fernandez, Iberê Gilson e uns poucos mais, formando uma constelação histórica (MBC n. 612/614, 1968, 12).

 

Trabalhou, ainda, no anteprojeto da lei de “Administração Financeira e Contabilidade da União”, para reforma do Código de Contabilidade Pública. Durante sua administração teve liderança ativa na criação da Confederação Nacional das Profissões Liberais, órgão máximo do sindicalismo representativo dos profissionais que exerciam a atividades liberais de grau superior, congregando intelectuais, tendo sido seu 1º secretário por dois períodos. 

 

Também era formado em economista e jornalista, tendo dirigido o MBC após o término de seu mandato como presidente em 1952. Além disso, tentou, em 1954, ser eleito representante da classe contábil na Câmara Federal, mas apesar da expressiva votação obtida, não teve êxito para se eleger. Essa derrota se explica em virtude das eleições terem se processado sob o traumatismo e o radicalismo de grupos e nomes, à margem do drama político da época, o suicídio de Getúlio Vargas, dos quais a classe contábil não se envolvia.

Mário Lorenzo Fernandez
1950 - 1951

Foi um renomado contador e auditor, tendo iniciado a carreira como chefe de seção no Serviço Público do Estado da Guanabara, ascendendo a contador e, mais tarde, a diretor geral do Montepio do Instituto de Previdência do Estado da Guanabara (IPEG). Foi, ainda, Secretário-Geral de Finanças do Estado do Rio de Janeiro, além de ter sido Secretário de Fazenda do Estado da Guanabara. Na iniciativa privada, exerceu funções de contador geral da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e de superintendente do Departamento Regional do SESI no Estado da Guanabara e de vice-presidente da Diretoria do Novo Rio – Crédito, Financiamento e Investimentos S/A.

 

No Sindicato, foi 1º Secretário em mandatos sucessivos de 1941 a 1949, nas gestões presididas por Moraes Junior, a quem substituiu na presidência por força estatutária, em razão do seu falecimento em 1950. Como presidente, exerceu dois mandatos, o primeiro para conclusão do biênio 1950/51, para o qual fora eleito presidente Moraes Junior e falecera, e numa segunda oportunidade no biênio 1953/54. Sua gestão foi marcada pelo espírito de probidade e dinamismo, que ele se inspirava a partir do exemplo e da obra de seu saudoso líder Moraes Junior, de quem fora fiel discípulo e seguidor.

 

Na predestinada missão de verdadeiro oráculo da classe contábil, Lorenzo Fernandez era dotado de grande cultura geral, tendo uma vida totalmente dedicada à profissão de contador, à classe contábil e ao ideal de bem servi-las. Por reconhecimento aos relevantes serviços prestados à entidade e à classe de profissionais da área contábil foi condecorado, por decisão unânime, com o título de sócio benemérito em solenidade realizada na celebração do Dia do Contabilista, em 25 de abril de 1968.

 

Todos os movimentos da classe voltados para o desenvolvimento dos contabilistas contaram com o concurso de sua gestão, tendo sido estimulados ou inspirados por sua presença atuante nos eventos contábeis, valorizando os debates com o brilho de sua inteligência e cultura e o descortino resultante da sua experiência e bom senso, o que conferiu as presidências do V Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em Belo Horizonte, e da Comissão Organizadora do I Congresso Interamericano de Ensino Superior de Contabilidade, que teve lugar na cidade do Rio de Janeiro, além de fazê-lo secretário geral da III Conferência Interamericana de Contabilidade, ocorrida em São Paulo.

João Ferreira de Moraes Júnior
1926 - 1950

Moraes Junior foi um proeminente contador, grande líder classista e notável educador, tendo como maior virtude, a despeito de sua cultura contábil elevada e profunda, conseguir interpretar, como ninguém, os anseios e necessidades da classe contábil brasileira. Daí decorria o grande prestígio, força e liderança que o tornaram um dos expoentes máximos da Contabilidade brasileira, em qualquer de seus ramos.

 

Ao longo de sua carreira, Moraes Junior deu provas inequívocas do seu saber e capacidade, seja no magistério, no serviço público ou nas grandes empresas privadas, tornando-se um exemplo modelar de contabilista. Por isso, ficou sendo considerado “o líder da classe”, que ele orientou e defendeu como se fosse um sacerdócio.

 

Além de ter feito parte do grupo fundador do Sindicato, integrou seu primeiro diretório executivo, como membro da comissão técnica, nela permanecendo nos mandatos posteriores de Marcondes da Luz e Joaquim Telles. Em 1927, assumiu o posto de presidente, função que exerceu ao longo de vários anos, iniciando em 1927 e encerrando a 19 de janeiro de 1950 quando faleceu no cargo.

 

Seu período de gestão foi marcado pela luta pela regulamentação da profissão e do ensino contábil no Brasil, levantando a “bandeira” da valorização da Contabilidade e dos profissionais que atuavam nessa área, tanto no âmbito público como privado. Portanto, coube-lhe principalmente a tarefa de adaptar a entidade aos mecanismos da legislação e às novas políticas de sindicalização que estavam sendo implantadas no país.

 

Dentre os inúmeros progressos conquistados no período de sua administração, citam-se: i) Reestruturação da Escola Técnica-Comercial, para adaptá-la às novas diretrizes oficialmente fiscalizadas pelo Governo Federal; ii) Remodelação do Mensário Brasileiro de Contabilidade, dando-lhe maior divulgação nacional; iii) Reforma do diretório executivo, criando o cargo de diretor procurador e aumentando a composição da comissão técnica para cinco membros; iv) Monitorização do quadro social, ampliando o número de sócios a partir de quadros do funcionalismo público e reduzindo a inadimplência nas mensalidades; v) Alteração estatutária, criando a classe de sócio aspirante, na qual podiam ser matriculados todos os auxiliares de escritório, bem como alunos das escolas técnicas fiscalizadas pelo governo.

 

Em suas gestões, foram conferidos vários títulos de “sócio honorário” do Sindicato, para personalidades e autoridades que se destacavam no apoio à Contabilidade e à profissão contábil, cabendo destacar a concessão desta honraria a Getúlio Vargas, Chefe do Governo Provisório, em 21 de janeiro de 1928.

Joaquim Telles
1923 - 1926

Sua vida conquistou relevo a partir de sua atuação efetiva no magistério e nas entidades de classe as quais estava associado, particularmente na AEC RJ, no SINDICONT-Rio e na Escola Técnico-Comercial do IBC, onde soube fazer amigos e fez-se amigo devotado de uma numerosa corte de companheiros de classe habituados com sua grande capacidade como contabilista e seu espírito de dedicar-se de corpo e alma ao estudo da Contabilidade, da qual era um dos maiores expoentes no país.

 

Na AEC RJ, Joaquim Telles ingressou pouco após sua fundação, mas deixou-a quando foi permitida a entrada de comerciantes (empregadores) como associados. Em 1900, foi reconduzido por colegas que sabiam do seu acentuado valor pessoal, tendo, desde então, começado a prestar relevantes serviços para aquela entidade, sendo condecorado com o título de sócio benfeitor e eleito para vários cargos diretivos, citando-se, 4º secretário (1910); 1º secretário (1911 a 1914); membro do conselho consultivo (1915/16); suplente da comissão fiscal (1925/26) e suplente do conselho consultivo (1929).

 

Rocha (1980, p. 481) assinala que o zelo de Telles pela AEC RJ o obrigava a estar sempre bem próximo, para lhe sentir o calor ou para transmitir-lhe amor, a ponto de costumar estar diariamente às 7 horas da manhã junto à porta da sede da entidade, na Avenida Rio Branco, ao deixar o cargo de secretário, situação que levava os transeuntes a pensarem tratar-se ele de um vigilante de luxo, de porte germânico, montando guarda ao prédio e a edifícios vizinhos.

 

No SINDICONT-Rio, também manteve igual dedicação extremada. Parceiro de primeira hora, Telles foi o sócio fundador nº 2, primeiro vice-presidente e o segundo presidente na história do Sindicato, presidência exercida no biênio 1923/24, tendo sido reeleito para o biênio seguinte (1925/26). Na sua gestão promoveu o primeiro congresso de Contabilidade realizado no Brasil (1924); propôs a reforma dos estatutos para admissão de sócios não atuantes no comércio, tendo em vista o apreciável número de abalizados contabilistas nos quadros do funcionalismo público (1925); e criou a Escola Técnica-Comercial, com o curso superior de contabilidade ministrado em 3 séries (1925). Posteriormente, ainda atuou como vice-presidente nas primeiras gestões do Dr. Moraes Junior no período de 1927/1930.

 

Para a entidade, trata-se de uma figura de valor histórico, com inegável competência como gestor e qualidades técnicas no exercício do cargo, onde trabalhou fortemente pela prosperidade do IBC e pelo engrandecimento da classe. Para isso, não poupou esforços para, da melhor forma possível, procurar incrementar e desenvolver a grandeza da entidade da qual era representante.

 

Daí sua lembrança como um dos grandes líderes do Sindicato, estando entre aqueles que mais lutaram pelos ideais que conduziram seu passado, sendo por isso mesmo altamente respeitado e reconhecido pela perfeita identificação com as tradições do IBC, o qual tinha nele sempre um consultor de ilibada eficiência. Dedicado ao trabalho, com uma afeição pouco comum, era possuidor de rara energia e de um caráter inflexível, porém dotado de um coração magnânimo que o tornava uma criatura boníssima e, por isso mesmo, muito querido e respeitado por quantos o conheciam (MBC n. 196, 1933, p. 212).

Cornélio Marcondes da Luz
1916 - 1923

Foi uma figura de grande projeção nos meios comerciais, como representante das classes conservadoras, bem como na sociedade carioca, onde era muito considerado, à mercê de suas qualidades de perfeito cavalheiro. Foi um contabilista de grandes qualidades técnica e morais, dotado de grande espírito associativo, virtudes que o faziam irradiar seu espírito de colaboração, prestando eficaz e valiosa contribuição a várias instituições, aqui e ali, sem abandonar jamais suas duas paixões: a AEC RJ e o SINDICONT-Rio (MBC n. 372, 1948, p.5).

 

Portanto, ocupou postos de destaque em diversas organizações de classe. Na AEC RJ, ele ingressou em abril de 1897, com 27 anos, e foi por duas vezes, eleito por esmagadora maioria, seu presidente (1937/38 e 1945/46). Anteriormente, já havia exercido outros cargos nas várias diretorias, durante seus 51 anos de associado nessa entidade (bibliotecário, assembleia deliberativa, conselho, 2º secretário, vice-presidente, relator da comissão de exame de contas, membro do consultivo). Quando no exercício de seu primeiro mandato presidencial, teve a incumbência de erguer a atual sede própria dessa associação, na quadra entre a Av. Rio Branco e Rua Gonçalves Dias.

 

Esse empreendimento, por si só, bastaria para alçá-lo na galeria dos grandes expoentes daquela entidade, dado que para a construção dessa nova sede ele atuou com a coragem e a tenacidade de um espírito predestinado, defendendo algo aparentemente impossível, mas que sua pertinência e visão larga do futuro anteviam a magnanimidade do empreendimento projetado.

 

O Sindicato, desde suas origens, teve na pessoa de Marcondes da Luz um dos mais denodados elementos do seu progresso e de sua elevação no conceito da classe, já que durante muitos anos desempenhou com brilhantismo o cargo presidencial, estando sempre na linha de frente em todos os momentos mais difíceis em que se fizessem necessários seu esforço moço. Primeiro presidente eleito do SINDICONT-Rio, esteve, desde os primeiros dias, à frente de quatro gestões sucessivas, nos biênios 1916/17; 1918/19; 1920/21; 1922/23.

 

Sua retidão na vida do Sindicato foi impecável, cabendo realçar que Marcondes constantemente estava presente e atuante com sua capacidade de coordenação, tendo sempre sábios conselhos e equilíbrio nas ponderações. Em virtude desses atributos pessoais, acabou liderando a condução de muitas das assembleias do Sindicato, como presidente, mesmo depois de findados seus mandatos. Ressalta-se que embora contasse com o unânime apoio dos companheiros para seguir à frente da presidência do Instituto, Marcondes da Luz recusou-se a ser reeleito, sob o argumento de que era preciso dar oportunidade para outros. Registre-se que foi conferido a ele o honroso título de presidente de honra do IBC, tendo sido, até sua morte, um dos principais mentores intelectuais do Sindicato.

 

Na sua gestão, Cornélio Marcondes da Luz teve uma atuação austera e impetuosa nos momentos graves, mas sempre profundamente humano e sereno na lucidez das soluções, já que era um grande agregador e harmonizador nos momentos de divergências, aspectos que o tornaram inesquecível e muito respeitado, fazendo dele uma das referências na história do Sindicato, ao longo dos quase 32 anos em que a ele esteve ligado. Por sua capacidade associativa era o homem certo, nas horas incertas e um fiel vigia das tradições do Instituto.

 

Falecido em 1948, esse grande administrador e realizador deixou uma imensa lacuna nas fileiras do Sindicato, mas seu nome está perpetuado na história da profissão contábil no Brasil como um de seus grandes expoentes, em justa homenagem, dada a visão de vanguarda, dedicação, eficiência e profunda lealdade que imperturbavelmente retratavam a personalidade de Cornélio Marcondes da Luz.